Novo mapa do Brasil: possíveis mudanças nos traçados do País

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Criação do Estado do Tapajós (28º Estado do Brasil) pode ir à votação neste ano.

Da possível divisão do Pará até a perda de território do Ceará para o Piauí: o mapa do Brasil como conhecemos pode ganhar novos traços –

Os contornos que desenham o Brasil e seus estados nem sempre foram como são. Desde os primeiros passos dos portugueses por estas terras até os dias atuais, o território brasileiro teve diferentes tamanhos e contornos, com incontáveis registros em formato de mapas que contam parte da história deste que é o quinto maior país do mundo em território. Atualmente, mesmo sem alterar qualquer fronteira, uma novidade pode mudar mais uma vez a configuração do Brasil que conhecemos hoje.

Trata-se do possível surgimento de uma nova unidade federativa. A ideia é criar o estado de Tapajós, território localizado na parte oeste do Pará. Esta região está com os olhos do Congresso Nacional voltados para si. A fundação está sendo discutida a partir da aprovação, ou não, da realização de um plebiscito com população que mora por lá. (A informação é do portal mais o povo Por Wanderson Trindade)

Em 2011, a questão já havia sido levantada, mas foi rejeitada. Na época, seriam criados mais dois estados: além do Tapajós, também o Carajás. Agora, parte dos habitantes se manifesta a favor dessa separação, conforme explica o senador Plínio Valério (PSDB-AM) —, relator do projeto de lei na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal. Ele é a favor do plebiscito pela criação de Tapajós, onde, de acordo com o projeto de lei, deve ter o tamanho de 538.049 km², o que corresponde a cerca de 43,15% do território paraense atual.

Com apenas um pouco mais de 1 milhão de habitantes, a região tem um Produto Interno Bruto (PIB) estimado em R$ 18 bilhões. São 23 municípios que formariam a nova unidade federativa: Alenquer, Almeirim, Aveiro, Belterra, Brasil Novo, Curuá, Faro, Itaituba, Jacareacanga, Juruti, Medicilândia, Mojuí dos Campos, Monte Alegre, Novo Progresso, Óbidos, Oriximiná, Placas, Prainha, Rurópolis, Santarém, Terra Santa, Trairão e Uruará. A cidade mais cotada para ser a capital seria Santarém, a terceira maior do Pará e distante 807 quilômetros de Belém.

Caso esse projeto seja aprovado, é perceptível notar que uma grande alteração será realizada na vida das pessoas da região. Instituições serão criadas, recursos federais direcionados, uma nova estruturação será formada para que Tapajós possa se estabelecer e ser administrado como um novo estado. Outra novidade, e que afetará de algum modo a vida de todos os outros brasileiros, será o mapa do Brasil, que agora passará a contar com 28 unidades federativas e uma capital federal.

A realidade é que o Brasil como conhecemos é também algo muito recente. Foi somente a partir de 1970 que foi definida a divisão do País nas cinco grandes regiões. Mas mesmo depois dali, outras modificações pontuais ocorreram, como a criação do estado de Tocantins, antes território pertencente a Goiás; bem como a divisão de Mato Grosso, originando o Mato Grosso do Sul.

Maranhão, Piauí, Bahia, Sergipe e São Paulo, por exemplo, tiveram seu posicionamento regional mudado ao longo do tempo, revelando assim como a construção do formato do País é constante e dificilmente definitiva.

O caso de Tapajós evidencia que o mapa do Brasil não está imune a novas alterações. Pelo contrário, isso pode ocorrer mais vezes do que pensamos. “Os mapas, as bases cartográficas, estão sempre sendo alteradas desde os seus primórdios. Então, quando a gente fala de Brasil, os primeiros mapas que se têm registro são do século XVI, alguns anos depois do chamado ‘descobrimento'”, explica o professor de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Carlos Henrique Sopchaki.

Desde a época da chegada dos portugueses por estas terras, o entendimento do formato daquilo que viria a ser chamado de Brasil mudou inúmeras vezes.

Doutor em Geografia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Carlos Henrique Sopchaki relembra que, com o passar do tempo, as técnicas cartográficas foram se aperfeiçoando e ganhando forte auxílio da tecnologia. Se antes um cartógrafo precisava medir uma região ou calcular o tempo que um navio levava para chegar de um lugar a outro, hoje isso praticamente já não existe mais.

Colocar no papel uma projeção de tudo aquilo que existe no mundo era, portanto, uma tarefa extremamente complicada e que acabava por deixar algumas brechas. Mas essas lacunas existentes foram sendo preenchidas com maior intensidade sobretudo após a corrida espacial durante a Guerra Fria, quando os seres humanos começaram a pôr em órbita satélites espaciais.

O resultado é que hoje, com os inúmeros satélites existentes, basicamente não existem mais atualizações dos mapas em relação a territórios e terras desconhecidas, que são as chamadas “terras incógnitas”, conforme menciona Sopchaki.

“Hoje a gente sabe o que tem na superfície terrestre, mas há uma evolução no sentido de melhoria da qualidade desses mapas, tanto da questão cartográfica de posicionamento, de tamanhos, proporções e escalas, como nas representações, com a busca por as melhores cores, formas etc. Então os mapas vão se modificando nesse sentido”, pontua.

Adecio Piran Blog

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